Novo Ensino Médio: período de desafios, superação e conquistas no Colégio Antônio Peixoto

 

Adaptação ao novo modelo de ensino tem sido tranquila na escola de Florianópolis, que já tinha carga horária estendida para esta etapa do ensino e trabalhava muitos dos temas que passaram a ser exigidos por lei neste ano

Um novo modelo de ensino, no qual o estudante começa a pensar de forma mais assertiva no seu futuro, em suas áreas de interesse, projetos de vida e carreira. O Novo Ensino Médio começou a ser implantado no Brasil neste ano, focado na formação de cidadãos e no desenvolvimento de suas habilidades e competências.



Reunindo disciplinas integradas nas quatro áreas do conhecimento, as mudanças começaram pelo primeiro ano e serão ampliadas de forma gradual. No CAP (Colégio Antônio Peixoto), de Florianópolis, esse período tem sido de desafios e superação, afirma Cláudia Rosa, diretora pedagógica da escola. “O primeiro ano do Ensino Médio vivenciou a novidade da carga horária estendida, dos itinerários diferenciados, dos componentes curriculares mais ativos e interligados, além do protagonismo evidenciado no momento da escolha de suas aulas opcionais, de seus projetos e ações”, afirma.


Com as alterações propostas para o Novo Ensino Médio amplamente divulgadas pelo governo e a mídia nos últimos anos, estes jovens chegaram para o início do ano letivo com muitas expectativas, explica a diretora pedagógica. “Mas, durante todo esse processo, precisaram muito de apoio enquanto tentavam se encontrar neste emaranhado de informações. Agora, quase encerrando este primeiro ciclo, nos deparamos com estudantes mais maduros, fazendo escolhas, correndo atrás de seus sonhos, trabalhando em grupo, se reconhecendo neste ou naquele itinerário, surpresos muitas vezes com habilidades antes desconhecidas até mesmo por eles”, conta ela.



“Vivemos um ano desafiador e por vezes corrigimos algumas rotas. Ainda alguns ‘retoques’ serão necessários neste projeto que aí está, porém, juntos: colégio e estudantes do CAP vamos remodelando as propostas e permitindo que o olhar crítico, o empreendedorismo e o espírito investigativo façam parte dessa nova conjectura”, acrescenta a diretora pedagógica.


Cláudia conta ainda que a adesão foi geral e muito positiva por parte dos alunos. “Os estudantes participam das aulas e, por termos itinerários contemplando inúmeras áreas, sempre há aquela aula que é preferida deste ou daquele estudante. Percebo que o principal desafio para eles foi conciliar as aulas com o tempo de estudo individual e as atividades pessoais. Até adaptarem-se a esta rotina levou um tempo”, explica ela.


Nova estrutura tira o jovem da zona de conforto


Esta nova estrutura, lembra a diretora pedagógica, exige que o jovem saia da zona de conforto. “Ele precisa desenvolver habilidades que servirão para sua vida adulta, independente da profissão que seguirem. Desde já precisam de responsabilidade e organização para acompanhar os processos. É muito bom vê-los buscando por si mesmos as respostas para suas angústias. Entende-se hoje que o Ensino Médio possa ser visto como um segmento que prepare esse aluno para a vida, a ideia é dar o poder de fazer escolhas, mas a escola preparar o estudante para saber fazer essas escolhas, ter capacidade para isso ”, explica.



Ela reforça ainda que, durante toda essa trajetória, é fundamental que os alunos estejam amparados, tenham toda a capacitação e conhecimento necessários e sejam orientados pelos profissionais de educação para escolher os caminhos mais adequados para cada um a serem seguidos


Itinerários formativos

Desde o início do ano, como prevê o Novo Ensino Médio, o Colégio Antônio Peixoto oferece itinerários formativos que orientam tanto alunos que têm o objetivo no vestibular que prestará daqui a alguns anos, como também para o aluno que não participará desse processo seletivo de forma imediata.



“Muitos alunos terminam o terceirão ainda necessitando de um apoio, de uma direção para estas escolhas, por isso trabalhamos desde o primeiro ano com essa formação, para que ele chegue ao terceiro ano mais preparado para estas decisões. Agora, o estudante já precisa fazer algumas destas escolhas no nono ano do fundamental, antes do primeiro ano, por isso estamos propondo um itinerário misto, no qual o aluno começa com algumas disciplinas e, no segundo e terceiro ano, ele poderá optar por outras, caso ele mude de ideia ou ainda queira complementar essa grade”, comenta a diretora pedagógica.


 Aumento da carga horária

Outra mudança importante que começou a ser implantada nas escolas brasileiras neste ano foi a carga horária que, ao longo dos três anos, vai passar de 800 horas exigidas hoje para 3.000 horas.

Destas 3.000 horas, 1.800 horas serão destinadas para as disciplinas obrigatórias da base Nacional Comum Curricular e 1.200 horas para os itinerários formativos. Cada escola terá que oferecer pelo menos uma opção complementar à formação geral dos alunos.


No CAP, esclarece Claudia, essa transição tem sido mais fácil, pois o colégio já tinha uma carga horária maior nessa etapa do ensino.  “A legislação nacional que determina as diretrizes do ensino em todo o país nasceu em 2017 e deu esse prazo para que as escolas se adequassem. Aqui no Colégio Antônio Peixoto já tínhamos um Ensino Médio com carga horária maior, 30 horas semanais para o primeiro ano e 35 horas semanais para o segundo e terceirão, ou seja, já tínhamos uma carga extra, além do estipulado por lei. Agora, com as mudanças, teremos cerca de 3.200 horas nos três anos”, afirma.


Novo currículo

O novo currículo do Ensino Médio é organizado por quatro áreas de conhecimento e uma de formação técnica e profissional.


As mudanças nesta etapa do ensino foram aprovadas por lei em 2017, com o objetivo de tornar a etapa mais atrativa e evitar que os estudantes abandonassem os estudos. Com o novo modelo, parte das aulas será comum a todos os estudantes do país, direcionada pela BNCC (Base Nacional Comum Curricular).


São cinco itinerários que a escola pode ofertar – entre eles, o de formação técnica e profissional – e os alunos escolherão qual cursar de acordo com as áreas de seu interesse e projetos de vida e de carreira.


O Novo Ensino Médio propõe uma reforma matriz de referência curricular dos alunos do 1º, 2º e 3º ano dessa etapa escolar. A Lei nº 13.415/2017, que institui as alterações, estabelece maior integração e flexibilidade curricular e a oferta de itinerários formativos.